A Container, uma das principais cervejarias artesanais de Blumenau, a primeira da escola inglesa de fazer cerveja, anuncia que encerra as atividades depois de dez anos. Como razões, lembra o período da Covid 19, a mudança do perfil do consumidor e a situação econômica do pais.
Recentemente outra cervejaria, a Bierland, também fechou suas portas. Confira a nota oficial da Container.
“A Cervejaria Container está encerrando suas atividades neste janeiro de 2025.
Fundada em 2014, a Container British Beer firmou-se no mercado como a primeira cervejaria da escola inglesa no Brasil. Além da produção de cervejas de vários estilos, a cervejaria se destaca pelo Pub Container — também em estilo inglês — localizado junto à fábrica em Blumenau.
Nesses 10 anos de existência, a Container se destacou pela qualidade de sua produção, pelo atendimento a seus clientes — chamados de amigos — e pelas festas anuais: aniversários da cervejaria e o Itoupava Day, que reuniram milhares de pessoas em todos esses anos.
A Cervejaria Container agradece a todos os clientes e consumidores que valorizaram e mantiveram a marca como referência no mercado cervejeiro em Santa Catarina e no Brasil.
Agradecemos também a todos os fornecedores, que mantiveram a Container com os melhores insumos, procedimentos e ações. Agradecimento especial a todos os colaboradores que fizeram da Container British Beer uma experiência única no ato de produzir e saborear cerveja artesanal.”
— É lamentável ver empresas desse porte, com essa envergadura e tantos anos de mercado, fecharem. A cidade de Blumenau perde muito — lamenta Péricles Espíndola, presidente da Associação Blumenau Capital Brasileira da Cerveja.
No meio cervejeiro, há um temor de que essa lista aumente, já que Bierland e Container estão longe de serem casos isolados. Ao menos uma grande outra cervejaria de Blumenau passa por dificuldades financeiras e já sondou interessados em comprar a operação.
A situação atual desafia a sobrevivência. Cervejeiros alegam que a alta carga de impostos onera uma produção que já depende de muitos insumos importados, comprados em dólar. Isso dificulta ainda mais a concorrência com os grandes conglomerados do mercado, donos de maior capacidade financeira para negociar preços e exclusividades em pontos de venda.